segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Mostrando a Diversidade do Diversus - 1

Parece até redundância, mas vários membros do elenco do Grupo Teatral Diversus tem outras habilidades artísticas.
Por essa razão, o diretor Wanderson Silva de Souza deu-nos a liberdade de publicar aqui no nosso blog nossos "diversus" trabalhos artísticos.

Para começar a série "Mostrando a Diversidade do Diversus", começaremos com o lado poetisa da atriz e produtora Gizele Sanz.


"Eu"
Eu sou o que me faço.
Eu me faço o que eu quero.
Eu quero o que eu posso.
Eu sou tudo que posso ser.
Eu me modifico, quando quero e posso.
Eu decido como quero mudar.
Eu estou acima, quando no palco.
Eu estou no nível do mar, quando escrevo.
Eu não preciso rimar para escrever poesia.
Eu me reinvento a cada aurora.
Eu nunca serei hoje o que fui ontem.
Eu aprendo com a dor.
Eu desaprendo com as pessoas.
Eu sou somente eu.
Eu em mim e nos outros.
Eu voando sem destino.
Eu, cansada, deitada no ninho.
Eu vivendo-me em quem não sou.
Eu, chamando cada dia de capítulo, e a vida de folhetim.
Eu, apenas eu, como sou, sem vontade de agradar ou desagradar.
Eu, construção que nunca se conclui.
Eu, na fé que me ampara mesmo sendo feita pelo inalcançável.
Eu, só.
Eu, com todos.
Eu, sempre eu, a mesma, sozinha ou não...
Eu, sorrindo ou chorando, sempre fonte de emoções expostas.
Eu, uma rosa vermelha da qual ninguém quis tirar os espinhos.
Eu, verdadeira. Verdades podem agredir ou acariciar, mas não mudo por isso.
Eu, dinâmica. Não sei mover-me para um só norte de cada vez.
Eu, o lado avesso do bordado...
Eu, feita para encarar obstáculos.
Eu, sempre, eu...
Eu, íntegra num mundo de espertos.
Eu, original num mundo de intolerantes.
Eu, amável, louca, transbordante e leal.
Eu, num mundo sem amor, sem prazer, contido e desleal.
Eu, feita de sinceridade.
Eu, incômoda com meus impulsos cheios de verdade.
Eu, ouvindo Alejandro Sanz.
Eu, querendo ir ao Rock in Rio. Só se for por ele.
Eu e minhas incoerências...
Eu, dividida entre inteligência e sensibilidade.
Eu. A palavra que diz tanto e nada ao mesmo tempo.
Eu, folhetim vivo...
Eu, no palco sendo quem a arte me mandar ser...
Eu, escrevendo como quem recria o mundo e a si mesma.
Eu, dona de sonhos sem dono.
Eu, buscando ser primeira quando a vida tenta me fazer a última.
Eu, muito guerreira e um pouco vítima.
Eu, minha própria força.
Eu, o espetáculo vivo que não pode continuar sozinho.
Eu, cansada de apanhar, aprendendo a combater.
Eu, por mais que perca, sempre acho que posso vencer.
Eu, sonhando de noite com o que não quis pensar de dia.
Eu, mergulhada em meu oceano emocional de pisciana.
Eu, peixinha ferida nos corais das frustrações do passado.
Eu, mesmo ferida, sou peixe, não abandono meu mar.
Eu, sempre com amigos que me afastam dos corais...
Eu, vivendo intensamente.
Eu, interpretando intensamente.
Eu, escrevendo intensamente.
Eu. A Gizele de sempre...

Gizele Sanz

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